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Mostrando postagens de setembro, 2025

O PERIGOSO

  Quando comecei a dar aulas na Universidade Braz Cubas em 1994, conheci o professor Pio Torre Flores (hoje falecido).   Tomávamos o mesmo ônibus que levava os professores para a universidade que ficava em Mogi das Cruzes.   Foi nessa época em que ele relatou um fato pitoresco ocorrido por ocasião de sua chegada ao Brasil. Pio era de origem peruana e havia estudado na Alemanha.   Não sei se devido à cultura peruana ou alemã ou mesmo à sua personalidade, Pio era um homem muito sisudo.   Sua fala dura beirava à truculência, às vezes.   O mais marcante era seu sotaque “portunhol”.   Mesmo depois de muitos anos morando no Brasil, ainda trazia um forte sotaque castelhano.   Assim, quando ele chegou ao Brasil na década de 80, o sotaque era ainda mais acentuado e aí é que ocorreu o episódio em questão.   Naquela época, o aeroporto principal de entrada do país era no Rio de Janeiro.   Ele chegou com a família já à noite e alugou um carro par...

A ENTREVISTA

  No final da década de 90, fui convidado por uma revista mensal sobre temas variados (de grande circulação) para dar uma entrevista sobre foguetes e tecnologia espacial.   A entrevista seria na forma de respostas a uma série de perguntas que o repórter responsável iria me fazer.   Certamente era uma honra poder participar, mas também uma preocupação.   Já naquela época era corrente que repórteres gostavam de distorcer o que os entrevistados falavam para reforçar suas ideias / conceitos pré-concebidos.   Além disso, o próprio assunto já vinha sendo motivo de críticas na imprensa brasileira (vide postagem Caramuru). Assim, eu tomei a precaução de condicionar a entrevista à revisão do texto das minhas respostas que seria publicado.   Ou seja, tudo que fosse escrito no meu nome deveria ter sido previamente aprovado por mim.   Me pareceu bastante sensato e foi aceito tranquilamente. Então o repórter me enviou as perguntas e eu as respondi, com preci...