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Mostrando postagens de agosto, 2022

A.R. NÚMERO ERRADO

  Depois das primeiras viagens onde ficávamos hospedados em apartamentos particulares (vide post A.R. Começa a Saga Almaz) fui me hospedar em um hotel chamado Molodyozhny (juventude).   Esse hotel havia sido construído para os jogos olímpicos de 1980 e me informaram havia sido privatizado.   Na entrada, não notei nenhuma diferença.   A mesma burocracia e confusão.   O prédio de 20 andares tinha elevadores para números ímpares e para números pares.   Em um certo momento, quando cheguei para tomar o elevador esse acabara de sair e, portanto, iria demorar a voltar.   Tive então a “brilhante” ideia.   Tomar o outro elevador e saltar um andar acima para, em seguida, descer um lance de escadas.   Assim o fiz. Quando a porta do elevador, no andar acima do meu, se abriu, veio a surpresa.   Postado bem em frente da porta, dei de cara com um sujeito enorme.   Portava uma arma de guerra (provavelmente uma AK47) cruzada em seu peito.   Ele olhou para mim e disse com sotaque russo WRONG NUMBER

PLÁGIO

  O “causo” a seguir me foi enviado por um querido amigo e ex-colega de trabalho o general Iberê.   Incentivo os leitores, que tiverem vivenciados situações semelhantes às descritas aqui no blog, que me enviem esses “causos”. Em 1976, quando Iberê estava no quinto-ano do Instituto Militar de Engenharia IME, ele foi visitar a USP.   Como sendo uma visita formal, havia toda uma formalística para apresentação dos trabalhos que estavam sendo realizados por lá.   É claro que, com orgulho, os professores mostravam os avanços que eles e seus alunos faziam nas várias áreas da engenharia. Em um dado momento, foi-lhe apresentado, em uma baia de estudo, um terminal de computador onde estava um programa de estatística.   Esse programa foi pretensamente desenvolvido no âmbito de uma tese de mestrado que acabara de ser defendida e aprovada. Iberê reconheceu o programa que já havia sido instalado no IME e o sabia usar pois havia estudado com ele.   Assim, ele se sentou um frente ao terminal e c

ATREVIDO

Em 1995 eu fui convidado para participar de uma banca de tese de doutorado de um tal de Fredegundo (nome fictício).   Aceitei porque o assunto da tese – controle adaptativo – era também o tema da minha tese de doutorado e, portanto, assunto de meu interesse.   Ao longo da minha carreira, publiquei diversos trabalhos (nacionais e internacionais) e orientei teses de mestrado e doutorado sobre esse assunto. Recebi o texto impresso da tese com 10 dias de antecedência e tirei o fim de semana para lê-lo.   Percebi, pela introdução e pelas referências, que se tratava de um assunto desenvolvido por um autor famoso do qual eu tinha o livro.   Quando comecei a ler o desenvolvimento do trabalho, achei algo muito estranho.   A formulação inicial já dava solução ao problema.   Ora essa, qual o sentido de se buscar a solução que já se conhece? Na segunda-feira, pela manhã, liguei para o orientador e o avisei que percebia algo errado na proposição do estudo e que não estava entendo qual o sentido

OLIGARQUIA

Em setembro de 1985 (fazia apenas 5 meses que eu estava no IAE) fui para a base de Lançamento da Barreira do Inferno (Natal) participar do lançamento do segundo protótipo do SONDA IV.   Era época de eleições e presenciei uma conversa entre um sub-oficial e um sargento da aeronáutica. Estavam discutindo sobre em quem iriam votar.   Um deles fez a seguinte pergunta: em quem você vai votar nos Maias ou nos Alves ? Aquela pergunta me chamou demais a atenção.   Eles não estavam falando de alguma ideologia nem partido político, muito menos de algum candidato.   Estavam falando de famílias!!   Foi quando finalmente entendi o que era oligarquia. Em já tinha ouvido falar na existência dos “Coroné”, mas achava que isso era coisa do passado (da época de Lampião) de gente inculta que recebia ordem como gado.   Entretanto, eu estava diante de 2 pessoas com, no mínimo, formação média.   Certamente, não eram ignorantes.   Contudo sua visão de mundo era ver o poder nas mãos de famílias que domin

VIAGEM FANTÁSTICA – parte II

Após os encontros na GEC Marconi e já superado do susto do quase incêndio e da diarreia láctea, eu estava pronto pra voltar pra casa.   Eu e Contreiro pegamos o avião para Paris onde seria a nossa conexão para o Brasil.   Entretanto, nesse interim fomos informados que havia tido problemas nos ensaios da plataforma inercial e que deveríamos retornar para Moscou. Lembro-me bem da cena e da emoção de estar no aeroporto olhando para o avião da VARIG que estava parado bem em frente ao gate e pensar: puxa vida, eu deveria estar dentro daquele avião voltando pra casa. Recebemos ordens de ficar no aeroporto aguardando que um novo bilhete fosse comprado ida e volta para Moscou e que seria informado ao balcão da AirFrance.   Como sabíamos que a viagem seria no dia seguinte, deveríamos pernoitar em Paris.   Assim, Contreiro ligou para um hotel conhecido dele, no centro de Paris, e fez uma reserva para aquela noite.   Não sem antes fazer as contas para saber se teríamos dinheiro para bancar