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Mostrando postagens de novembro, 2021

PROMOÇÃO ADIADA

Conforme já mencionado nos posts anteriores, o início da década de noventa foi um tempo muito difícil com relação à sobrevivência pois os salários estavam muito baixos. As promoções normalmente eram feitas nos finais de ano, seguindo o critério das avaliações feitas naquele ano.   Entretanto, o próprio regulamento das promoções previa a promoção imediata daqueles que auferissem alguma titulação.   Assim, logo que defendi minha tese de doutorado no início de 1991, eu encaminhei um documento formal solicitando minha promoção.   Na solicitação tive o cuidado de dar a previsão legal para a solicitação, citando o texto que mencionava o assunto. A solicitação foi parar na mão do A mbrósio (o mesmo do post URGENTE) que respondeu, com certa rapidez, negando a promoção.   A justificativa para a negativa era que a promoção só poderia ser dada por uma comissão definida no próprio estatuto das promoções. Procurei pessoalmente Ambrósio para me inteirar do assunto.   Que comissão seria essa, d

ESPAÇO PARA O CARIMBO

Quando eu me formei, o papel de uma secretária era, além de ajudar na organização das atividades, datilografar os textos para o setor em que trabalhava.   Com a chegada dos editores de texto, iniciou-se um estranho processo de transferência de responsabilidades.   Os engenheiros poderiam produzir seus próprios documentos e à secretaria cabia organizar e arquivar.   Até aí tudo bem.   Foi uma grande melhoria de produtividade.   Entretanto, os textos ligados às atividades administrativas / burocráticas começaram a ser empurrados para os engenheiros.   As secretárias passaram a ser a revisoras dos textos e não as elaboradoras. Surgiu então uma deturpação inaceitável.   As secretarias solicitavam que os autores dos textos corrigem o mesmo.   Ou seja, com a desculpa da nova tecnologia, transferiram suas responsabilidades para aqueles que elas deveriam assessorar.   Como o texto era editável a secretária deveria ela mesma fazer as correções que julgasse necessárias e não usar o tempo dos

GREVE INÚTIL

Em 1991 os salários estavam tão baixos que houve uma grande debandada de pessoal.   Não havia como sobreviver com aquele nível salarial.   O sindicato dos servidores em ciência e tecnologia, recém criado, fez algumas reuniões com a direção do CTA, sem resultado.   Obviamente o CTA nada podia decidir pois o salário de seus servidores era uma decisão do governo federal. O resultado foi a única greve que o CTA teve em toda a sua história.   Por pouco mais de um mês (outubro inteiro) houve uma paralisação completa dos funcionários civis, que se reuniam quase todos os dias em frente do CTA ou do INPE. O tempo foi passando e nada acontecia.   Então comecei a perceber, o que hoje eu vejo como óbvio.   Não fazia nenhuma diferença para a sociedade local ou federal se estivéssemos parados ou trabalhando.   Semelhantemente à famosa frase sarcástica sobre um mal funcionário:   não falte ao serviço pois seu chefe pode concluir que sua falta não faz falta.   Estávamos concluindo a mesma coisa.  

ERRAR É HUMANO

Toda viagem para o exterior exigia um preparo prévio, especialmente no que dizia a liberação do passaporte de serviço.   Era necessária uma portaria que autorizasse a viagem e definisse quem arcaria com os custos.   Evidentemente isso requeria que a solicitação fosse feita como uma certa antecedência. Muito embora fosse uma tarefa razoavelmente simples e repetitiva requeria que se respeitasse prazos.   Aí começa o problema.   A incumbência era do Eustáquio (nome fictício) que frequentemente perdia os prazos e era a maior correria e tensão para que a viagem ocorresse.   Isso quando não se perdia a missão. Chegou a um ponto de que eu havia enviado toda a documentação necessária e com a antecedência mais do que suficiente para uma viagem a um congresso no exterior quando Eustáquio ligou para a secretária perguntando se a viagem não poderia ser transferida para o mês seguinte.   Eu estava na sala da secretaria naquele momento e respondi: não há nenhum problema, é só avisar às centenas