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Mostrando postagens de março, 2024

AGENTE TRIPLO

  A construção do laboratório começou com a demolição de todas as paredes pré-existentes e construção de novas em seus lugares.   A Pikaretta designou uma equipe de construção liderada por um mestre de obras chamado Ducal (nome fictício).   Como fiscal da obra, foi designado pelo instituto um militar chamado Taberna (nome fictício).   Do ponto de vista militar, Taberna não poderia estar exercendo essa função.   Isso aconteceu devido ao fato que   ele tinha formação em engenharia civil (formação independente da carreira) e havia necessidade de engenheiros para acompanhamento das muitas obras que aconteciam na organização.   Pelo menos foi isso que me disseram. Nas primeiras semanas a obra estava indo bem.   Até que, em uma sexta-feira, aconteceu algo inusitado.   Ducal me procurou e me perguntou se eu não teria dinheiro para pagar seus funcionários.   Achei aquilo um despropósito absurdo.   Porque eu deveria pagar a equipe dele?   A empresa Pikaretta era a responsável pela obra e, por

PROVIDÊNCIA DIVINA

 Uma vez instalados no prédio de salas, agora reformado, começamos a trabalhar intensamente nas atividades relativas ao Projeto SIA.   Simultaneamente, eu acompanhava de perto a construção do prédio do que viria a ser um grande laboratório de desenvolvimento de sistemas de navegação inercial. Em um certo dia muito ensolarado, lá pelas 11:00, comecei a não me sentir muito bem.   Uma sensação estranha acompanhada de uma dor na nuca.   Normalmente isso é indicativo de pressão alta.   Como eu já tinha tido um infarte cinco anos antes, me preocupei que pudesse estar tendo algum problema ligado a isso.   Procurei, então, o posto médico que ficava a menos de 100 metros do prédio. Fui caminhando até lá debaixo de um sol escaldante, pensando que isso poderia prejudicar ainda mais algum problema pelo qual eu estivesse passando.   Quando lá cheguei fui logo atendido e medida minha pressão arterial.   Estava 14x9.   Para alguém da minha idade e tendo caminhado até lá, isso não era exatamente p

A PERÍCIA

  Na semana em que fizemos a inauguração, mencionada na postagem anterior, já estávamos ocupando o prédio.   O motivo principal não era simplesmente ter mais espaço de trabalho era estar próximo da obra que realmente interessava – o laboratório.   Esse ficava na continuação do prédio de salas e seria totalmente reconstruído.   Seria uma luta hercúlea para que esse laboratório ficasse minimamente de acordo com o projetado. Assim que ocupamos o prédio de salas, no dia seguinte, já apareceu problema.   Alguém, passando por fora do prédio (que é térreo) notou que estava brotando água junto à parede do mesmo.   Na verdade, a água borbulhava para fora da terra.   Pedi, imediatamente, a um funcionário da Pikaretta que cavasse naquele lugar para saber do que se tratava. Qual não foi a minha surpresa em saber que ali era a entrada de água do prédio e, pasmem, estava conectada à rede de águas do instituto através de uma mangueira de jardim (presa com braçadeiras).   A ligação deveria ser fei

BESOURO

Finalmente, a reforma do prédio de salas chegou ao fim, com todas as salas mobiliadas e operacionais.   Diante das enormes dificuldades enfrentadas com a empresa Pikaretta, encarregada da reforma, e da má vontade dos funcionários tratava-se de uma grande vitória.   Assim, eu resolvi fazer uma inauguração dessa parte da obra – faltava a construção do laboratório contíguo.   Não se tratava, na verdade, da inauguração de nada.   Do ponto de vista da obra em questão, era a conclusão de apenas uma parte.   O que faltava era muito maior – a construção e operacionalização de um grande laboratório de testes de sensores e sistemas de navegação inercial.   Assumir aquele prédio, sem que a obra total contratada estivesse concluída, era uma estratégia de pressionar a Pikaretta de fazer o trabalho dentro do prazo e, estando bem ao lado da obra, que fosse feito da maneira correta.   Assim, convidei o Vice-Diretor de Projetos do DCTA (Brig. Venâncio), responsável pelo acompanhamento do Projeto SIA,

O ABORTISTA

Na medida que a reforma do prédio de salas ia se aproximando do fim, era preciso tomar diversas providências para habitá-lo.   Com os recursos do projeto SIA, instalamos ar condicionado e cortinas em todas as salas.   Para a mobília foi diferente.   Antes da reforma do prédio, o mesmo era utilizado como depósito de mobiliário antigo.   Eu havia pessoalmente acompanhado seu esvaziamento e percebido que a maior parte da mobília, embora antiga, era de ótima qualidade.   Móveis de madeira que já não se fabrica mais. Decidi, então, aproveitar o máximo que podia daquele mobiliário mandando reformá-lo.   Havia um setor que cuidava desse tipo de atividade, dentro do CTA.   Ao procurá-los percebi a mesma atitude descrita na postagem “SAM100 – AS JANELAS”.   Se disseram muito ocupados e que eu teria que fazer uma solicitação formal pelos canais competentes que, provavelmente, demoraria meses.   Já conhecendo bem esse problema, eu ofereci pagar como serviço de terceiros para eles fazerem no f