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Mostrando postagens de fevereiro, 2022

PASSAGEIRO IMPREVISTO

Em junho de 1992, fui para Natal em uma missão de lançamento de alguns mísseis que estavam sendo desenvolvidos pelo IAE.   O voo de ida foi feito por um avião bem velho (AVRO) que fez escalas em Vitória e Salvador. Minha missão, que era apenas de acompanhamento, ocorreu sem nenhum problema e minha volta estava prevista para o fim daquela mesma semana.   Meu retorno seria, então, no domingo de manhã através de um avião Bandeirante que pertencia ao próprio CTA.   Me havia sido avisado que o avião estaria vindo de uma capital do Nordeste (que não me lembro qual) faria escala em Natal, rumo a São José dos Campos, seu destino final. Às 8:00 da manhã de domingo, estava eu na sala de embarque do aeroporto militar aguardando meu voo.   Junto comigo estavam 2 sargentos, do Rio de Janeiro, que estavam ali em outra missão, aguardando a mesma “carona”. Não tardou, o Bandeirantes aterrissou e taxiou até em frente a sala de embarque.   Os 2 sargentos se levantaram e foram até a janela do avião

NEM TUDO QUE RELUZ

Em novembro de 1985, poucos meses após minha chegada no IAE, fui para Natal no Rio Grande do Norte onde fica o centro de lançamento da Barreiro no Inferno.   Haveria o lançamento do segundo protótipo do veículo SONDA IV. No fim de semana, fazendo um passeio pela cidade, fui conhecer o famoso Forte dos Reis Magos.   Linda construção do final do século 16, tinha o formato exato de uma estrela.   Fiquei encantado. Na minha mente, juntei as seguintes evidências: estou numa cidade chamada Natal, num forte chamado Reis Magos e em formato de uma estrela.   Minha conclusão foi: “que interessante, os portugueses eram realmente religiosos para fazer um forte em homenagem ao Natal”. Só fui perceber quão idiota tinha sido essa minha conclusão, décadas depois quando estava assistindo a um documentário sobre as guerras do passado.   O formato angular dos muros era uma técnica avançada para ricochetear os tiros de canhão do inimigo.   Nada tinha de comemorativo ou religioso.   A própria cidade

Ventos do Furacão

A passagem do Brigadeir Adyr foi realmente diferenciada e inesquecível.   Suas atitudes eram totalmente diferentes dos diretores do CTA. Mencionei no post anterior que ele montou uma sala de guerra no IAE e ele dava parte de seu expediente lá, para ver de perto o que acontecia e tratar diretamente com os responsáveis pelas atividades.   Hoje, vendo os documentários do H2 (History Channel) vejo que ele agia como um comandante de campo.   Se colocava junto dos combatentes no meio da batalha. Não aceitava não como resposta e não fazia distinção entre civis e militares.   Esculachava quem devia esculachar na presença de todos.   Isso pode soar muito mal para uma geração cheia de melindres e não-me-toques (hoje chamado de mi-mi-mi) mas para mim eu tinha a percepção de que finalmente tínhamos um comandante. Durante seu expediente no IAE ele chamava cada responsável por uma determinada atividade e buscava saber o porquê das dificuldades e qual seria o melhor encaminhamento.   Então, f