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Mostrando postagens de junho, 2021

JEITO CERTO

Os 3 primeiros anos no IAE foram mágicos.   Embora o salário fosse ainda baixo (mesmo 60% maior que o anterior) a motivação era incrível.   Não apenas porque estava trabalhando em um assunto interessante e que eu gostava mas porque estava sendo feito do jeito certo .   Eu diria que a mudança não era da água para o vinho, se parecia mais como do barro para o ouro. Não estou dizendo que não haviam problemas – já descrevi alguns em posts anteriores – mas tratavam-se de falhas pessoais ou mesmos burocráticas (praga que atinge a toda a sociedade).   Estou dizendo que estávamos estruturados para atingir um objetivo proposto e perseguíamos esse objetivo.   Havia uma organização claramente definida em suas atribuições e metas e todos trabalhavam em prol do objetivo comum.   As pessoas estavam tão envolvidas no que faziam que era comum ficar até bem depois do fim do expediente sem se perceber que a hora de ir pra casa havia chegado.   Foi, de fato, um tempo muito especial. Tivemos lançame

COTAS

  Esse post é para explicar a ojeriza que me causa a palavra cota.   Não no sentido de uma parte de um todo que cabe a um indivíduo fazer e que dependa apenas do seu esforço próprio, uma meta (exemplo: produzir a cota de parafusos do dia) mas quando isso envolve outras circunstâncias, alheias ao próprio significado da cota. Quando estava no IME, um colega meu de turma, capitão do exército, sujeito brilhante, me contou como ele fora parar lá.   Estava servindo em um quartel e foi chamado pelo seu superior que lhe passou uma cota de punição para os soldados.   Ele deveria escolher um certo número de soldados e puni-los.   Isso manteria a tropa disciplinada, argumentou o chefe.   Meu colega se recusou a fazer tal descalabro e, em função disso, foi transferido para tomar conta da biblioteca.   O que ele fez ?   Aproveitou a oportunidade para estudar e passou para o IME onde se formou como primeiro aluno de sua arma. Alguns anos depois conheci um soldado da PM que vou chamar de Pafúnci

INCOERÊNCIA

Até o final da década de 80 as contratações para trabalhar no IAE eram feitas diretamente no próprio IAE no regime C.L.T.   O plano de carreira (muito bem feito por sinal) definia as funções de cada cargo.   Eu havia sido contratado como Pesquisador Assistente.   O nível inicial era Pesquisador Auxiliar.   Aconteceu que um determinado engenheiro (que chamarei de Perseu) se interessou em trabalhar no IAE.   Fez uma entrevista técnica e foi encaminhado para contratação.   Quando ele ficou sabendo qual seria o salário, questionou que o valor estava abaixo do salário mínimo de engenheiro previsto pelo CREA.   A resposta foi que ele não estaria sendo contratado como engenheiro e sim como pesquisador (que incluía também físicos, matemáticos entre outros).   Perseu não gostou muito mas pareceu uma resposta razoável e ele continuou o processo. Então lhe passaram a lista de documentos que ele deveria apresentar para ser contratado.   Para sua surpresa, um dos documentos solicitados era o CR