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Mostrando postagens de setembro, 2022

DETRAN

Em 1989 fui prestar consultoria em uma empresa de São Paulo chamada ESCA.  Para entrar no prédio, tive que mostrar documentos e nesse processo perdi minha carteira de motorista, que era do Rio de Janeiro. Naquela época, minha mãe, que morava no Rio, tinha uma vizinha que trabalhava no DETRAN.  Pedi que minha mãe perguntasse a ela qual seria o procedimento pra tirar uma segunda via da CNH.  A resposta foi: me manda R$300 (valor atualizado) que eu lhe mando a CNH pelo correio. Achei aquilo incorreto.  O DETRAN do Rio sempre teve a fama de ser um antro de corrupção e não seria eu que iria alimentar aquela máquina de safadeza.  Decidi então, fazer o processo por conta própria. Eu ia mensalmente no Rio visitar minha mãe, que estava doente.  Então, antecipei um dia útil para ir no DETRAN resolver a situação.  Perdi toda uma tarde em várias filas e preenchimento de formulários até que, finalmente, fui chamado em um guichê onde me deram uma tirinha de papel com uma data.  Fiquei bem feli

A.R. Araponga

No início de 1993, fizemos outra viagem para Moscou dentro do contrato com a Almaz.   A princípio, iríamos em 3 engenheiros envolvidos no projeto do VLS.   Quando apareceu um quarto “missionário”, o major Mijado (obviamente nome fictício).   Mijado era de outra organização e nada tinha a ver com o assunto que estávamos tratando.   Não se tratava da simples presença de um elemento estranho ao grupo, mas também pelo fato de que ficávamos em uma situação estranha em Moscou – escondidos em apartamento particular em vez de em um hotel (vide post – começa a saga almaz). Surpreso e um tanto revoltado com a situação, liguei para o diretor do IAE com o qual tinha uma ótima relação (somos amigos até hoje).   Ele me disse:   “Waldemar são ordens de cima – ele vai! – arranje alguma coisa pra ele fazer”.   Então, dei para Mijado a tarefa de especificar um determinado componente ao qual tínhamos interesse em adquirir. Já no primeiro dia de trabalho, Mijado apresentou um texto com as especifica

A.R. Encontro nada Secreto

Em abril de 1994 tive a oportunidade de publicar um artigo técnico no maior congresso de controle de Agência Espacial Europeia ESA, na Holanda.  De lá eu iria para Moscou para mais uma rodada de conversas técnicas na Almaz sobre a produção da plataforma inercial para o VLS. Esse congresso tinha uma importância especial.  Devido ao recente desmonte da união soviética (1989), havia um interesse em atrair os pesquisadores russos.  Assim, promoveram minicursos ministrados por professores do Moscow Aviation Institute MAI.  Os cursos eram pagos e, como eu não tinha recurso, não assisti.  Mas queria muito poder ter contato com eles.  No último dia, como é praxe nesses congressos, é fornecido um banquete para possibilitar a interação entre os pesquisadores.  Quando cheguei no salão, já havia bastante gente sentada e procurei uma mesa vazia.  Eram mesas redondas grandes que comportavam até 8 pessoas.  Fiquei olhando para ver onde os professores russos estavam e pensando como faria para me a

REGRAS

No início de 1994 comecei a ministrar aulas nos cursos noturnos de uma universidade em Mogi das Cruzes chamada Braz Cubas (vide post Questão de Autoridade).   Os 8 anos que ministrei naquela instituição foram muito proveitosos em todos os sentidos.   Fazia o que gostava (dava aulas), tive ótimo retorno financeiro, muitas experiências edificantes e fiz muitos amigos entre os alunos.  Infelizmente, esse esforço extra acabou com minha saúde. Logo no primeiro ano, tivemos uma reunião com o diretor da escola de engenharia.   Ele apresentou as diretrizes e regras que deveríamos cumprir.   Uma delas, que parecia ser muito simples, ele deu especial atenção – a presença dos alunos.   Os professores deveriam fazer a chamada rigorosamente e jamais atribuir presença a um aluno ausente. Evidentemente, é notório que a presença acima de 75% é um item obrigatório para aprovação em qualquer matéria.   Entretanto, o motivo para a solicitação do rigor na chamada não era nenhuma preocupação acadêmica