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Mostrando postagens de julho, 2022

VIAGEM FANTÁSTICA – parte I

Em novembro de 1995, eu e mais uma equipe de engenheiros estávamos em Moscou acompanhando os ensaios de aceitação da plataforma inercial.   Antes dos ensaios terminarem, eu e o engenheiro Contreiro fomos designados para ir a Edimburgo (Escócia) encontrar outra equipe que lá já se encontrava, sob a chefia do Carrara (o mesmo do post régua de cálculo).   Lá fomos nós, fazendo conexão em Paris.   Eu já estava acostumado com esse tipo de viagem e mantinha sempre ao meu lado uma mala tipo 007 (vide post espionagem) contendo toda a documentação referente à viagem bem como passaporte e dinheiro.   De forma que tudo que eu realmente precisava estava ali pronto para ser levado. Chegamos em Edimburgo e fomos direto para um hotel antigo chamado Grosvenor.   Já naquele tempo a labirintite estava assolando minha vida e eu havia tomado Dramin para dormir pois estava com muitas vertigens. No meio da noite, eu acordei completamente atordoado com uma algazarra estranha.   Quando comecei a recobra

Know-What

Todos conhecem a palavra know-how (literalmente saber como).  Significa o conhecimento necessário para se realizar alguma tarefa em algum ramo de atividades.  Portanto, quando se diz que uma pessoa tem o know-how para certo serviço, isso significa que a pessoa domina aquela área, tem experiência naquilo e, portanto, conseguirá realizar bem o trabalho. Quando eu ainda trabalhava no IPD/CTEx (na época no Forte São João) ouvi, do então Capitão Pina, uma história interessante.   Ele havia entrevistado o dono de uma empresa que havia se apresentado para executar uma tarefa de interesse no projeto que ele (Pina) gerenciava.   Pina perguntou se eles tinham pessoal capacitado para executar aquela tarefa e a resposta foi: “não temos ninguém mas conheço um cara que está fazendo mestrado na PUC que manja muito do assunto.”   A reação de Pina foi um tanto explosiva.   Chamou a atenção do indivíduo que estava ali tentando enganá-lo.   Disse que estava tomando o seu tempo e o dispensou. Passad

HIPERTENSOS

A partir de 1990 o IAE passou a se concentrar no VLS (antes havia o Sonda IV).   Havia um cronograma de atividades que precisariam ser integralmente cumpridas para que houvesse o lançamento. Nesses momentos começam a se destacar aqueles que realmente querem ver as coisas acontecerem daqueles embromadores que querem protelar ad infinitum qualquer atividade.   Os motivos são diversos: não querem responsabilidade, não querem correr o risco de errar ou simplesmente não querem que percebam sua incompetência. Naquela época, a subdivisão que eu chefiava tinha como uma de suas responsabilidades o software do computador de bordo.   Posteriormente, com a reestruturação do instituto, o software passou a ser uma subdivisão da divisão de eletrônica.   Foi nesse grupo, que chegou a ser enorme, que percebi alguns dos personagens acima descritos.   É claro que haviam muitos mais.   Entretanto, relato sobre aqueles que tive contato direto. Um deles não apresentava resultados (na verdade nem cump

Kreonte

Quando assumi a chefia da subdivisão de controle em 1987 havia um engenheiro recém contratado (não por mim) no grupo.   Vou chama-lo de Kreonte. Naquela época havia uma avaliação semestral detalhada (vide post Avaliação - parte I ) que era levada a sério pois determinava ou não as promoções.   Durante duas avaliações consecutivas Kreonte ficou com a nota mais baixa da toda a divisão. Então eu o chamei e lhe expus a situação.   Eu já havia lhe dado tarefas diferentes e ele não conseguira realizar nenhuma.   Então eu o chamei e lhe expus a situação: “Kreonte eu já tentei diferentes atividades para você e você não as conseguiu realizar.   Não vejo onde mais você possa colaborar conosco.   Além do mais você tem sido a nota mais baixa da divisão.   Assim, estou lhe comunicando que vou solicitar sua demissão”. Kreonte não pareceu surpreso e já tinha uma proposta pronta: “você me transferiria para outro lugar ?” perguntou ele.   Respondi: “eu não transfiro meus problemas para os outros,