QUEM MEXEU NO MEU QUEIJO ?
Durante a campanha de lançamento do primeiro VLS, em 1997, todos os dias havia um monitoramento atmosférico. Era lançado um balão meteorológico para registrar diversas medidas, tais como velocidade do vento, temperatura e pressão atmosférica. Esses dados deviam ser registrados em função da altitude e, para isso, utilizava-se um módulo GPS.
Até aí nenhum problema. A questão que surgiu é que, exatamente no dia
do lançamento, o GPS não funcionou. O
balão foi lançado na mesma hora de sempre e, dessa vez, os dados do GPS não
foram registrados. Como o receptor GPS
estava a bordo do balão, não se teve maiores informações sobre o que teria
ocorrido.
Ficou-se com uma pulga atrás da
orelha já que, em todos os dias, estava tudo normal e somente no dia do lançamento
não havia funcionado. Teria sido
coincidência? A pulga transformou-se em um grande carrapato quando no lançamento
seguinte, em 1999, aconteceu novamente. Para
nós havia ficado claro que o não funcionamento do GPS naquela região específica,
naquele momento específico, havia sido proposital.
Atualmente tem sido discutido
se cancelar o GPS em apenas uma região seria possível. Não sou especialista em GPS e, portanto, não
sei dizer como isso foi feito, mas descrevi o que aconteceu. Teria sido uma tremenda coincidência? Creio que não.
A questão que se põe, me
lembra a parábola escrita por Spencer Johnson, quem mexeu no meu queijo. Estamos tão acostumados a utilizar um certo
recurso (que não nos pertence) que quando ele falta, entramos em pânico atônitos.
Ora o GPS é um sistema de
propriedade do Governo Americano, desenvolvido com finalidade militar, que cede
gratuitamente para uso civil. Poderíamos
reclamar de que o proprietário faça o uso que quiser de sua propriedade? Sempre se soube que o uso civil do GPS
poderia ser retirado quando o Governo Americano assim o decidisse.
Ao depender do uso de GPS nos
comportamos como o rato da parábola mencionada, que ficou atônico quando o
queijo acabou e teve que correr atrás de outra solução pra não morrer de fome.
Foi pensando nisso que Europa,
Russia, China e outras nações já têm seu próprio sistema GNSS (global
navigation satellite system) para que se tornassem autônomos nessa tecnologia. Do ponto de vista militar, alternativas para
a navegação auxiliada já vêm sendo desenvolvidas há bastante tempo.
Não há nenhum problema na utilização
de novas tecnologias (como foi o caso do GPS).
Entretanto, é vital que não tenhamos uma total dependência dessa tecnologia. Alternativas devem sempre ser desenvolvidas e/ou planejadas,
seja como forma de concorrência seja como forma de contingência. Novos caminhos para encontrar “queijo” devem
ser perseguidos com perseverança e inteligência.
O tempo para o desenvolvimento
de tecnologia também é um fator crucial.
O Brasil hoje não dispõe de capacidade tecnológica de ter seu próprio
GNSS. O tempo que levaria para
desenvolver poderia encontrá-lo já obsoleto para tecnologias emergentes. Assim caminha o desenvolvimento científico /
tecnológico. Quem não acompanha fica
fadado ao atraso e a dependência
Para
ser atrasado tem que chegar atrasado, para chegar atrasado primeiro você tem
que saber aonde vai. Leão Barbosa
Só mesmo quem já viveu estes momentos “às cegas” sem sinal de GPS sabe dizer 😤! Mas realmente são varias as possibilidades de perda sinal do GPS que vão desde simples limitação de altitude, até Osni eletrônica, de atualização de se, antena … a lista é grande.
ResponderExcluirAs mudanças e decisões a que estamos sujeitos durante a busca dos objetivos
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