O Bruxo
Em 1983 aconteceu um episódio um tanto bizarro. Eu estava na sala de engenheiros do IPD-4 no Forte São João, quando ouvi o comentário de que alguém havia retornado de um período internado no hospício – vou chamá-lo de Febrônio – e que estaria se apresentando para trabalhar. Não passou nem meia hora, Febrônio apareceu lá. Era uma figura medonha. Dessas que só se vê em filmes de terror.
O Coronel Asdrúbal (lembram
dele) se dirigiu a Febrônio dizendo que ficou sabendo de sua internação e
perguntou como ele estava. A resposta de
Febrônio foi inusitada: sou um bruxo e
tenho poderes !!! Houve um momento de
silêncio diante de tal afirmação e que foi quebrado pelo próprio Febrônio, ao
se dirigir a Asdrúbal. - O senhor não
acredita em mim não é mesmo? Eu posso
provar. Posso lhe dizer agora mesmo o
que o senhor está pensando.
Diante de tal desafio, a atitude de Asdrúbal foi sensacional. Ele imediatamente respondeu: ora essa, para que perder tempo com isso, o que estou pensando eu já sei. Quero algo que eu não saiba. Anote agora mesmo nesse papel qual o número da loteria que vai dar hoje que eu quero jogar. Diante dessa réplica extraordinária, a conversa acabou e Febrônio saiu da sala.
Febrônio parecia realmente
acreditar possuía poderes sobrenaturais.
Só não percebia que esses alegados poderes o estavam destruindo.
Se esse episódio tivesse
acontecido em um bar ou em alguma festança seria apenas motivo de risos. Mas aconteceu dentro de um instituto de
pesquisa de material de defesa. Isso sim
é preocupante. Presenciei ao longo de minha
carreira, muitos episódios semelhantes.
Alguns já mencionei no post -
Anexo do Hospício. Como pode o serviço
público permitir a presença de pessoas assim?
Onde estão os mecanismos de controle para avaliar os recursos humanos?
O último caso esdrúxulo de que
participei antes de me aposentar foi de um funcionário que abandonou o trabalho
por 90 dias dizendo que nunca mais voltaria e que podiam demiti-lo, tendo
deixado isso por escrito. Foi feito um
PAD processo administrativo disciplinar que concluiu por sua demissão a bem do
serviço público. Qual não foi a minha
surpresa ao saber que o assessor jurídico do DCTA mandou cancelar o PAD com o
argumento de que não houve amplo direito de defesa !!!!!??? Nem mesmo pedindo pra ser mandado embora o
serviço público se livra dessa gente. Só
pode ser bruxaria.
Acredito que muitos de nós já vivenciaram casos parecidos. Uma remida revista científica publicou em 2011 uma reportagem, capa da revista entitulado “Psicopatas “. Talvez Febrônio se encaixe nesta categoria!
ResponderExcluirRindo muito!! Em todo lugar tem gente de pino frouxo.... uns disfarçam bem, outros não fazem questão...rs
ResponderExcluirKkkkkkkkkkk, sensacional
ResponderExcluirProf. Waldemar, o senhor não tem sorte nesse aspecto, quase toda instituição publica que o senhor trabalha tem um doido kkk. Ou pior, já começo a ter certeza que realmente em toda instituição publica tem um ou mais doidos de estimação.
ResponderExcluirKkkkkkkkkkkk meu Deus do céu, eu não sei quem é mais doido se o Febrônio ou quem colocou ele para trabalhar com equipamento bélico.
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