Apenas um Engano

Dois eventos semelhantes aconteceram em um curto período de tempo em organizações diferentes.

Eu já estava no IAE fazia mais de 3 anos quando o instituto onde eu trabalhei anteriormente (IPD/CTEx) entrou em contato comigo para que eu os ajudasse a dar utilidade ao computador analógico EAI-2000, que pelo jeito, estava parado desde a minha saída.  Fiz uma proposta que se dividia 3 em partes: ensinar o que era simulação analógica e como preparar o algoritmo de simulação analógica; ensinar o que era o computador EAI-2000 e, por último, preparar uma receita de bolo de como programá-lo.  Ficou acertado de que seria apenas a receita de bolo e o seu valor.  Eu preparei o texto, em algumas semanas, e encaminhei.

Faltava apenas o pagamento que, segundo eles, havia sido feito mas eu não havia recebido.  Depois descobriram que houve um engano.  O responsável pelo pagamento havia digitado o número do meu CPF errado e que, por isso, o pagamento não havia sido realizado.  Acontece que o tal responsável havia entrado de férias imediatamente após o mal feito e somente ele teria a senha.  Soma-se a isso que era dezembro e o recurso financeiro foi devolvido aos cofres da união.  Para resumir o episódio fui receber o pagamento 6 meses depois em uma época de hiperinflação.  Ou seja, praticamente não recebi nada.

No ano seguinte, o CTA recebeu verba orçamentária para auxílio creche para a qual eu tinha direito.  Procurei a direção da escola onde meus filhos estavam matriculados e realizei todo o processo de convênio entre a escola e o CTA no qual o CTA pagaria a metade da mensalidade.

Qual não foi minha surpresa ao ser procurado pela escola 6 meses depois dizendo que o CTA não estava honrando seu compromisso e nenhum centavo havia ainda sido pago.  Procurei o setor responsável no CTA para saber o que estava acontecendo e fiquei sabendo que o recurso havia sido, por engano, depositado em outra conta e que o proprietário da tal conta havia se apossado do valor.  Questionei então, ingenuamente: quando vocês irão pagar a escola?  A resposta foi totalmente cínica:  foi pago!  Repliquei para a pessoa errada não resolve...

Quando percebi que só iria me aborrecer ali, e que ninguém assumiria o erro e muito menos as consequências, me retirei imediatamente.  Ao final do ano, retirei meus filhos daquela escola para não passar mais vergonha e nunca soube a conclusão daquele caso.

O que há em comum nesses 2 episódios ?  A irresponsabilidade de funcionários que não são punidos pelos repetidos “enganos” que cometem nem do prejuízo que causam aos outros com a maior desfaçatez.  Se confrontados, ficam irritados e querem partir pra cima da vítima como se a vítima fossem eles.

Bastaria que fossem obrigados a ressarcir os prejuízos que causaram por seus erros que tais erros deixariam de ser cometidos.

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