CARTÃO de PONTO
No período que estive no IPD/CTEx não havia controle de frequência. Naquela época eu nem imagina que isso existisse, já que na minha mente eu não faria mais que minha obrigação em estar presente no trabalho para fazer jus ao meu salário. Além do mais como íamos de transporte providenciado pelo Instituto todos estavam lá. Quando alguém precisava se ausentar por algum motivo, se dirigia ao chefe e comunicava.
Quando me mudei para o IAE notei algumas diferenças nessa questão. Alguns indivíduos simplesmente não cumpriam o
horário convencionado – que mudou diversas vezes. Na verdade, o controle de frequência sempre
foi uma questão controversa no IAE.
Nos primeiros anos isso não era um problema, pois havia um engajamento
muito grande - pelo menos nos setores eu que eu tinha contato. Vez por outra, entretanto, aparecia alguma
determinação para controle de presença.
Até que apareceu um cartão de ponto. Esse deveria ser preenchido pelo próprio
funcionário e entregue na secretaria da divisão ao início de cada mês. Isso gerou muita discussão.
Acontece que o tal cartão era simplesmente preenchido na hora de ser
entregue com os horários totalmente fictícios - inventados na hora pra não
ficar muito padronizado. Verdadeiro
estelionato coletivo.
Por alguns meses eu preenchi o famigerado cartão. Mas minha consciência sempre reagiu ao fato
de agir errado para consertar outro erro – dois erros não fazem um acerto. Assim decidi não mais preencher o cartão de
ponto e não falei nada para ninguém.
Mais de seis meses depois, em uma reunião dos chefes de subdivisão com o
chefe da divisão, o assunto do cartão de ponto voltou à baila. Antes que a conclusão caminhasse para o mesmo
veredito – deixa como está pra ver como fica – eu tomei a palavra e disse: esse cartão é uma farsa, não serve pra
nada. Faz 6 meses que não entrego o meu
e ninguém notou.
Houve um certo silêncio constrangedor e depois o chefe da divisão
solicitou que eu voltasse a preenchê-lo, antes que alguém viesse a
reclamar. A secretária, que era
encarregada de processar aquela inutilidade, ficou inquieta pois caberia a ela
ter detectado a minha ausência. A partir
daí, todo primeiro dia do mês, ela ligava pra mim cobrando o cartão de
ponto. Poucos meses depois o cartão de
ponto foi suspenso.
Muitos anos depois, utilizando-se da tecnologia, passou-se a cobrar
digitalmente a presença com a utilização do crachá com código de barras. De fato, muito eficiente a menos que diversas
pessoas passaram a ir bem cedo no instituto passavam o crachá e depois iam
embora só voltando ao final do expediente para o mesmo procedimento.
Passaram a utilizar de câmeras para inibir esse procedimento e não
adiantou. Eu mesmo, solicitei o desconto
de salário de um funcionário que faltava costumeiramente e nunca soube que isso
tenha acontecido.
Como disse Antônio Ermírio de Moraes,
toda regra tem que estar acompanhada de punição, caso contrário não é
regra é conselho. Tipo assim: olha eu
acho que você deveria cumprir o expediente mas se não cumprir tudo bem, eu
apenas vou ficar triste.
Sou favorável à responsabilidade pessoal. Se alguém acha que tem direito a receber
salário sem a obrigação de dar expediente, não adianta colocar cartão de ponto,
gastando uma enorme energia administrativa.
Essa pessoa deveria ser demitida.
Infelizmente a legislação do servidor público torna isso praticamente
impossível.
Cartão de ponto é ineficiente. O ideal é que o gestor e que cada um se comprometa com o resultado individual e da sua equipe. Quem não se adequar, logo logo pede pra sair.
ResponderExcluirPonto é um negócio complicado, muitos chegam e saem na hora certa, mas ficam jogando ou conversando o tempo todo.
ResponderExcluirJá aconteceu comigo de ficar em casa para trabalhar, pois as ferramentas de casa eram melhores que as do trabalho.
Infelizmente a avaliação de desempenho é um sonho distante.
Como foi mencionado no texto o que resolve eh o engajamento da equipe e isto depende do chefe que deve “vender “ isto ao subordinado
ResponderExcluirO resto eh conversa!!
Perfeita colocação sobre o sistemas de ponto. Eu nunca entendi a utilidade, se a pessoa se ausenta e ninguém nota diferença, pra que ela está contratada.
ResponderExcluirKkk, é isso. '-Vocês lembram do fulano?
Excluir- Aquele que participou do amigo oculto, ano passado?'
Prof
ResponderExcluirFale sobre o sistema de controle do SondaIV.
Olá Luiz. O quê exatamente vc gostaria de saber ?
ExcluirSobre a chamada plataforma solidária.
ExcluirEm 1987 os Estados Unidos avisaram que não iriam mais fornecer nem dar manutenção para as plataformas MIDAS de tecnologia cardã (ou gimbal) que eram utilizadas no SONDA IV. Então, prevendo que nossa última MIDAS pudesse apresentar defeito eu disparei o processo de desenvolvimento de uma plataforma de atitude tipo strapdown que chamei de PAS - plataforma de atitude solidária. O grande gargalo tecnológico, na época, era que essa plataforma teria um processador digital e nunca havíamos feito nenhum. Depois em conto mais em um futuro post.
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