BARBA PARANORMAL
História trazida por um leitor desse blog (que prefere ser chamado de Cambodja). Incentivo quem tenha histórias semelhantes a mandarem seus “causos” para waldclf@gmail.com que eu preparo e publico aqui.
Engenheiro eletrônico formado em 1978 e já
trabalhando na área, resolvi fazer o curso de psicologia à noite. No início da década de 80 fiz vestibular e
passei para a UERJ.
Acostumado com a seriedade do curso de
engenharia que havia feito, foi um choque ver como muitos professores não
levavam a sério a turma da noite. Quem faz faculdade à noite provavelmente
trabalha de dia. Isso significa um
tremendo esforço para dar continuidade aos seus estudos à noite e conseguir
terminar o curso.
No entanto, os professores faltavam demais,
sem aviso, e muitas vezes os alunos ficavam na UERJ a noite inteira para só ter
uma ou duas aulas. Assim, abandonei uma
cadeira por isso. Eu trabalhava longe e
não compensava ir para a Universidade para uma única aula.
Ao fim do semestre, uma aluna a quem eu dava
carona me avisou que o professor daquela cadeira tinha faltado praticamente o
semestre todo. Além disso, não tinha corrigido o único trabalho que dera e ia
simplesmente dar notas aos alunos nessa última aula (não se sabia ainda como).
Ela insistiu que eu fosse lá. Como eu já estava na UERJ, então fui. O professor,
na maior cara de pau, pegou a lista de chamada e pediu à turma: "não me
deixem dar nota em quem nunca veio ou trancou". Então chamava um nome,
olhava o aluno, e lançava uma nota tirada da cabeça dele.
Na minha vez, ele me olhou e disse: "não
lembro de você". Ao que minha amiga respondeu de pronto: "é porque
ele tirou a barba!". Ele disse, "ok', e foi em frente.
Acontece que nunca usei barba. Então fui
aprovado numa cadeira que não assisti, por tirar uma barba que nunca tive, e
recebendo uma nota que nunca soube qual foi.
Ou seja, fui aprovado por uma barba paranormal. No ano seguinte resolvi desistir do curso e
não voltei mais à UERJ.
Pergunta que não quer calar: onde estava a chefia desses professores que
permitia que recebessem seus salários sem trabalhar ?
Esse é mais um caso do descaramento de pessoas que deveriam ser os
formadores de profissionais de alto nível e ao invés são um péssimo exemplo. Sua falta de ética não lhes habilita ostentar
os títulos que possuem, muito menos estar à frente de uma turma para qualquer
ministração.
Pode, porventura, um cego guiar a outro cego? Não cairão
ambos no barranco? Lucas
6:39
Pois é!
ResponderExcluirEste é um grande exemplo da mentira que se transformou a educação pública deste Território de Piratas', território este que luta pra ostentar uma mentira ainda maior, ou seja, a de ser um país de verdade. Uma vergonha
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirQd o professor disse que não se lembrava do referido aluno, eu estava esperando a seguinte resposta: é pq vc não compareceu para dar aulas.
ResponderExcluirConsidero que existem 3 tipos de alunos, o que só precisa do professor para dar o start e ele consegue caminhar sozinho, o que precisa do professor de forma integral e o que não tem jeito.
ResponderExcluirInfelizmente neste caso apresentado, este professor consegue prejudicar até o melhor dos alunos.
O mais triste é que todos que eu conheço já tiveram um professor assim, e a única punição foi virar piada para os alunos e colegas de trabalho.