CAÇA ÀS BRUXAS
Quando entrei no IAE, eu não tinha a percepção do que a troca de um diretor poderia ou deveria significar. A cada 2 anos tínhamos um novo diretor. Evidentemente, a chegada de um novo chefe, sempre traz uma expectativa de dias melhores, de alguma novidade boa.
Entretanto, quando um novo chefe chegava e lhe era relatado os problemas
institucionais, nos era transmitido a seguinte mensagem: quero deixar claro que
não vim caçar bruxas! Isso aconteceu diversas vezes.
Não sei qual era exatamente o
significado que os recém empossados davam a essa expressão. Talvez quisessem tranquilizar os funcionários
de que não haveria busca por culpados ou mesmo que não seriam punidos por erros
cometidos.
Contudo, na minha percepção, os problemas existentes só pioravam e novos
apareciam. Então esse “mantra” começou a
ter um outro sentido aos meus ouvidos. O
que significaria caçar bruxas?
Se problemas são causados por pessoas, como resolvê-los com as mesmas
pessoas? Dando treinamento? E se o
problema não fosse falta de treinamento e sim falta de vergonha na cara?
Não responsabilizar as pessoas pelos seus atos não as tornam mais
responsáveis e cuidadosas. Muito pelo
contrário, perpetua-se as atitudes irresponsáveis.
Além disso, percebi que manter os maus funcionários permitia-lhes
sabotar o trabalho daqueles que queriam ver as coisas acontecerem. Afinal, se o trabalho fosse efetivamente
realizado por outrem, ficaria claro sua própria incompetência ou negligência.
Um exemplo simples e real. Imagine
que se tenha um grupo que não faz o seu trabalho direito e o gestor, então,
contrata uma empresa para fazer aquele trabalho. Como a legislação exige que tal contrato seja
acompanhado, o gestor indica o grupo que não fez para julgar aquele que está
fazendo. Qual será o resultado disso? O grupo que não fez o seu trabalho fará tudo
para que esse contrato não seja concluído.
Em outras palavras, as bruxas estavam nos assombrando mesmo e precisavam
ser caçadas. O que nunca aconteceu. “A impunidade tolerada pressupõe cumplicidade –
Marquês de Maricá”
“O maior erro de um gestor é tratar o bom funcionário e o ruim da mesma
forma. O bom desanima e o ruim não
melhora.”
Com relação a caça às bruxas um exemplo pode ser visto nesta cena do filme "What Woman Want" - criação de uma campanha para tirar o negócio do prejuízo - https://www.youtube.com/watch?v=o6PhM8Jio8U
ResponderExcluirSobre a solução do problema que também é implícita na cena, a própria gestora marca um horário para avaliar os resultados do que pediu - sem escapatória, seja bom ou mal funcionário rs
Dr quando a Pina F será testada?
ResponderExcluirEla já voou em um missil de cruzeiro? Como o da Avibras?
Porque a solução da CLC ficou fora da Etec da Aeb?
Pobres bruxas! A intenção era manter o cargo no topo, e o sistema deve permanecer incólume, pois a regra é: mantenha os incompetentes na área fazendo as bobagens de sempre que os outros ficarão tão irritados e desnorteados que não terão tempo de entender que a ideia é manter o cargo o máximo de tempo possível até... o próximo vir e dizer com um sorriso sobranceiro: "Eu não vim caçar bruxas..."
ResponderExcluirGeralmente vemos que, via de regra, o ruim estraga o bom.
ResponderExcluirNo meu terceiro ano do ensino médio, o coordenador tinha um método controverso, mas funcional, separava as 3 turmas do 2º ano em 2 turmas de 3º ano.
na turma "A" estavam os alunos bons ou calados, na turma "B" estavam alunos ruins ou barulhentos. A turma "B" não era compostas por pessoas ruins, muitos hoje são empresários bem sucedidos. Depois de um tempo eu percebi que estudar é apenas um entre dezenas de talentos.
Mas tinham 3 alunos que era tão bagunceiros que estavam prejudicando a turma "B", então o coordenador tomou uma atitude ousada, colocou os 3 bagunceiros na turma "A", eram 30 contra 3, pois os bagunceiros começaram a estudar!
Fico muito feliz em poder compartilhar este momento, pois até hoje foi o único caso do tipo que eu vi em minha vida.