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Mostrando postagens de maio, 2024

CONCLUINDO O TELHADO

No dia seguinte, após a equipe da Pikaretta ter sido barrada na portaria, o próprio Sr. Pikaretta me ligou.   Estranhamente humilde, ele me pediu perdão.   Achei aquilo um tanto despropositado.   Perdão de quê ?   Se fosse pela qualidade da obra, eu preferia que ele refizesse tudo.   Mas ele estava se referindo ao fato de eu ter me ofendido por ele ter dito que eu não mandava nada.   Ele, de fato, não me conhecia.   Eu não havia me ofendido.   Eu estava sim furioso com o que estava acontecendo com a obra do meu laboratório.   Eu considerava o ocorrido como uma queda de braço à qual eu pretendia ganhar.   Então, eu lhe respondi um tanto rispidamente: “olha Pikaretta você não precisa me pedir perdão de nada, apenas faça sua obrigação de me entregar um prédio bem construído.”   Eu sabia que não era hora de um conflito em que eu sairia perdendo.   Aquele telhado não podia ser construído com uma estrutura de galinheiro.   Ent...

TELHADO DE GALINHEIRO

  Uma vez que laje já havia passado pelo seu período de cura, o próximo passo seria a colocação do telhado.   Foi quando fiquei sabendo que a Pikaretta havia comprado as tesouras (estruturas em forma de triângulo que sustentam um telhado) já prontas.   Chegaram em um caminhão enorme pois tinham 11 metros de comprimento e eram de madeira de ótima qualidade, embora muita antiga.   Quando indaguei de onde vinha aquilo, me disseram que havia sido adquirido da antiga Granja Itambi (que havia encerrado as atividades algum tempo antes).   Em outras palavras, era um telhado de galinheiro .   A princípio, não vi nada de errado com isso pois, como disse antes a madeira era de ótima qualidade.   Além disso, achei que isso adiantaria a obra pois as tesouras já estavam montadas e, portanto, economizaria o tempo de construí-las. Ledo engano.   No dia seguinte, começaram a aparecer os problemas. As tesouras tinham 11 metros de comprimento enquanto a largura ...

JURISPRUDÊNCIA DA MENTIRA

Em meados da década de 90 fui convocado como testemunha em um processo administrativo disciplinar de um determinado funcionário.  O caso em si era de pouca importância, mas o que aconteceu na audiência me foi marcante. Ao chegar na sala onde seria a tal audiência, fui convidado a me sentar de frente ao advogado responsável pelo processo disciplinar, que chamarei de Aruíres.  Mas adiante estava o réu que a tudo assistiu sem se manifestar.  Em suas primeiras palavras, Aruíres se dirigiu a mim dizendo: “muito embora isso não seja uma audiência formal o senhor fique ciente de que é obrigado a falar a verdade”. Eu já estava acostumado com filmes americanos em que, durante uma audiência em um tribunal, todos os que se sentam naquela cadeira juram dizer a verdade, toda a verdade, somente a verdade e nada mais que a verdade.  Portanto, achei muito estranho que Aruíres tivesse se dirigido somente a mim com aquelas palavras e imediatamente respondi: “como todos nós, não é ...

PAREDE DESMATERIALIZADA

Após o afastamento de Taberna (vide postagem Agente Triplo) as obras do laboratório passaram a andar dentro de uma certa normalidade até a conclusão da laje.   Digo isso porque essa laje tinha um vão livre de 10 metros e deveria suportar não apenas o peso do telhado, mas também o maquinário de um ar-condicionado especial.   Ou seja, precisava ser bem feita para não haver problemas estruturais posteriormente.   Já bastava o susto descrito na postagem Providência Divina. Estranhamente, após a conclusão da laje, os problemas recomeçaram.   A equipe que trabalhava na obra, até então, foi novamente trocada.   Uma nova leva de incompetentes e alucinados surgiu para dar continuidade à construção do laboratório.   Todos os dias, mais de uma vez ao dia, eu ia visitar os trabalhos e tinha que subir na laje (que ficava a mais de 6 metros do chão) através de uma escada de madeira que ficava encostada na parede.   No primeiro dia que fiz isso me deparei com uma...