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Mostrando postagens de dezembro, 2024

OPORTUNIDADE PERDIDA

  Em 1988, eu já estava na chefia da subdivisão de controle e estávamos nos preparando para lançar o quarto protótipo do foguete SONDA IV.   Os 3 primeiros lançamentos haviam tido razoável sucesso e isso estava chamando a atenção da imprensa internacional. Foi nesse ambiente que fui chamado para uma reunião na diretoria do CTA (cuja estrutura era bem diferente da atual).   Essa reunião foi presidida por um civil que vou chamar de Tolentino.   Não o conhecia embora ele ocupasse um cargo de alta gestão dentro do centro.   A reunião era com a empresa holandesa Fokker Space.   Haviam 2 representantes da Fokker na sala.   Eu não havia recebido nenhuma informação prévia.   Então, estava numa expectativa para saber do quê se tratava.   Foi o representante da Fokker Space que tomou a palavra e foi bastante direto no que queria.   Disse ele que a Fokker havia feito uma análise de mercado e que, devido à construção da Estação Espacial Intern...

PASSANDO O BASTÃO

  Quando decidi pedir aposentadoria, sabia que precisaria passar o meu cargo de chefia para alguém.   Se assim eu não fizesse, meu sucessor seria designado ou pela chefia da divisão ou por algum órgão da diretoria do IAE.   Eu não considerava essa hipótese por achar injusta com a equipe e como um ato de irresponsabilidade de minha parte. Assim, com antecedência de meses, preparei meu substituto.   Ele trabalhava na equipe fazia muitos anos e havia sido meu orientado de mestrado e, parcialmente, do doutorado.   Tinha um temperamento bastante diferente do meu e eu via nisso uma qualidade para assumir o cargo.      Seria salutar para a equipe.   Após quase 27 anos como chefe da subdivisão de controle, estava na hora de alguém com uma nova visão e perspectivas.   No dia 07 de março de 2014 reuni toda a equipe, incluindo os bolsistas, em nossa sala de reuniões. Assim, na presença do chefe da divisão passei a chefia da subdivisão. ...

TEMPO VERBAL

  Uma vez que meu processo havia saído do instituto e ido para o departamento de pessoal civil da aeronáutica, o próximo passo era homologar a contagem de tempo de serviço.   Acontece que eu já havia feito meu trabalho de casa e conseguido um acórdão do TCU sobre a contagem do tempo em que passei como militar durante a graduação no Instituto Militar de Engenharia.   Entretanto, embora o documento apresentado fosse incontestável, o processo não andava. Procurei, então, saber o nome da pessoa que estava cuidando do processo e descobri não apenas o seu nome Selêucia (nome fictício) como também seu telefone.   Passei a ligar toda semana em dias e horários diferentes.   Selêucia não atendia ou alguém dizia que ela não estava.   Até que finalmente alguém abriu o jogo.   “Ela tem saído mais cedo pois está com problema com a filha” disse a pessoa que atendeu o telefone.   Agradeci e desliguei indignado. Como assim tem saído mais cedo ?   O tempo ...