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Mostrando postagens de agosto, 2025

QUEM MEXEU NO MEU QUEIJO ?

  Durante a campanha de lançamento do primeiro VLS, em 1997, todos os dias havia um monitoramento atmosférico.   Era lançado um balão meteorológico para registrar diversas medidas, tais como velocidade do vento, temperatura e pressão atmosférica.   Esses dados deviam ser registrados em função da altitude e, para isso, utilizava-se um módulo GPS. Até aí nenhum problema.   A questão que surgiu é que, exatamente no dia do lançamento, o GPS não funcionou.   O balão foi lançado na mesma hora de sempre e, dessa vez, os dados do GPS não foram registrados.   Como o receptor GPS estava a bordo do balão, não se teve maiores informações sobre o que teria ocorrido. Ficou-se com uma pulga atrás da orelha já que, em todos os dias, estava tudo normal e somente no dia do lançamento não havia funcionado.   Teria sido coincidência? A pulga transformou-se em um grande carrapato quando no lançamento seguinte, em 1999, aconteceu novamente.   Para nós havia ficado ...

MENTIRA DO BEM

  Alguns anos atrás, minha empresa, juntamente com outra da área espacial, nos candidatamos a uma encomenda tecnológica (uma modalidade alternativa para licitação) em uma organização governamental.   Devíamos apresentar um projeto de engenharia para um equipamento bastante especializado.   Fizemos um trabalho bastante sério e detalhado, tanto do ponto de vista técnico como do ponto de vista orçamentário. Aconteceu, então, uma reunião através de vídeo conferência para discutir nossa proposta.   Essa reunião era com um dos diretores da tal organização.   Ele elogiou bastante nossa proposta, mas fez uma ressalva muito estranha.   Ele solicitou que modificássemos nossa proposta pois havia um item que “os procuradores” poderiam não gostar - que era gestão do projeto.   Como já não bastasse o comentário absurdo, o diretor sugeriu explicitamente que retirássemos o item e distribuíssemos seu valor por outros itens. Argumentamos que gestão de um projeto d...

TORRE DE BABEL

  A partir de 1985, já trabalhando no IAE, havia uma intensa necessidade de se produzir programas de simulação.   Várias necessidades diferentes de um mesmo problema que exigia que cada um fizesse o seu próprio programa para resolver sua questão específica. Isso não soaria como um problema se todos usassem a mesma linguagem, mas não era isso que acontecia.   Cada profissional tinha suas próprias preferências que aprendera na época de estudante.   Assim, havia quem preferisse Pascal, outros Basic, outros ainda estavam familiarizados com o antigo FORTRAN.   Assim, diversos programas, que se referiam a um mesmo problema maior, não se falavam (nem se entendiam) com o outro.   Era uma verdadeira Torre de Babel .   Decidi então solicitar ao engenheiro Stuart (das postagens Milagre) que fizesse reuniões com a equipe para chegar a uma conclusão de qual software seria utilizado por todos, para que houvesse padronização e intercambialidade do que se estava f...

ENERGIA MÍNIMA

  Durante o pré-vestibular (1973) recebemos a visita do professor dono do curso Miguel Couto que era especializado em preparação para medicina (mais tarde houve a fusão Miguel Couto – Bahiense).   Esse professor deu uma breve explicação que me acompanhou para o resto da vida. Ele pegou uma caixa de fósforos e ficou esfregando o palito lentamente na superfície de risco (a que acende o fósforo).   Depois de um breve momento, ele perguntou: o que está acontecendo aqui ? o que eu vou conseguir com isso ?   vou gastar a cabeça do fósforo e a superfície de risco e o fósforo não vai acender.   Porquê ?   Porque estou abaixo da energia mínima que deflagra a reação que acende o fósforo.   Então, ele fez um movimento brusco com o fósforo na superfície de risco e o fósforo acendeu.   O professor arrematou: entretanto, se dou uma energia suficiente (acima da mínima) a reação se inicia. Percebi que havia recebido uma verdade transcendental.   Não é s...