A.R. Ficando Azul
No primeiro dia foram nos buscar no mesmo carro da noite anterior e levados ao enorme prédio da Almaz bem em frente à estação do metrô chamada Sokol (falcão em russo). Eu trajava um sobretudo de lã por cima do paletó do terno e mais pulôver camisa e camiseta – 5 camadas que pareciam não fazer muita diferença. Não havia roupa no Brasil para sobreviver naquela temperatura. Logo que chegamos fomos recebidos pelo Sr. Lapin (que mais tarde se tornou diretor da Almaz). Ele me olhou com um olhar investigativo e me apalpou o braço. Balanço a cabeça e falou algumas palavras em russo (que começava com niet=não). A intérprete traduziu: essa roupa não é adequada. Eu já estava percebendo isso. Foi-nos então trazidos casacos russos que mais pareciam uma armadura da idade média. Eram grossos e pesados, nada bonitos, mas muito eficientes. Eram um empréstimo para enfrentarmos um clima muitíssimo diferente do nosso. Depois dessa pr...